Seus
meninos são lindos,
São,
sim – sim, são – são, sim...
Cada
um do jeito seu.
Já
eu...
Disse
a toupeira,
Olhe
pra mim,
Não
há ninguém que queira;
Esse
caritó não tem fim.
Sem
pescoço e sem orelhas,
Pouco
enxergando além,
Dizem
todos, sou feia,
E
me tratam com desdém.
Seus
meninos não.
Seus
meninos são lindos.
Sim,
são – são, sim – sim, são.
A
eles não tem quem negue
Qualquer
uma pretensão.
Peçam
a mão que quiserem,
Não
se perde a ocasião.
A
toupeira, carente,
De
solidão achacada,
Prosseguiu
mal ciente
Do
receptor aí pra nada.
Pretendente
inté que tive,
Mas
levei nenhum a sério –
Querubim,
Filinto, Orestes –
Eu
de todos nenhum quero.
Meus
pretendentes são feios,
São,
sim – sim, são – são, sim...
A
eles não tem quem queira,
Como
não querem a mim.
Pudesse
eu!...
Ai,
eu pudera
Casava
com um de seus filhinhos!...
Pudesse
eu!...
Ai,
eu pudera
Casava
com um de seus filhinhos!...
Tardou
um tanto, dizem,
Do
outro lado a emissão,
E
o tanto que tardou
Trouxe
um tanto de não.
Meus
meninos são lindos,
Sim,
são – são, sim – sim, são.
Qualquer
deles bom marido,
Mas
pra toupeira não.
Só
depois de falecidos
(seja
longe a ocasião),
Os
meus meninos lindos,
Viverão
embaixo do chão.
Meus
meninos são lindos,
São,
sim – sim, são – são, sim!
E
não é você, toupeira,
Que
vai tirá-los de mim.
Sim,
são – são, sim – sim, são!
Desculpe
minhas maneiras,
Mas
minha resposta é não.
São
pouco usuais meus modos,
Até
talvez um pouco tolos,
Mas
diga-me, querida toupeira,
Que
emprego tem você?
Querida
toupeira, me diga,
A
menina é graduada em quê?
Não
houve então porfia,
Pois
a toupeira silenciou.
Virou
costas, abriu um rasgo,
Na
terra se afundou.
Seus
meninos são lindos,
São,
sim – sim, são – são, sim...
Ainda
um tanto pensou;
Mas
eu é que não quero
Uma
sogra dessas pra mim.
No
fim, nunca casou
A
toupeira desse conto,
Embora
cantassem alguns:
É
linda essa toupeira
É,
sim – sim, é – é, sim,
Mas
pra mim não tem olhos,
Não
tem olhos pra mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Seja bem vindo quem vier por bem."